Arquiteta de formação, Juliana Carneiro, mineira de Lambari,
faz parte do seleto grupo de profissionais que, por trás das câmeras, contribuíram decisivamente para que a teledramaturgia da TV Globo se tornasse uma referência mundial. Como cenógrafa e diretora de arte, Juliana atuou em mais de 30 novelas e minisséries da emissora, entre outros programas, criando centenas de cenários e dezenas de cidades cenográficas através das quais roteiristas, diretores, atores e atrizes da Globo levaram milhões de telespectadores a viagens sem limite, no tempo e no espaço.
Estão no currículo de Juliana as cinco cidades cenográficas e cenários dos interiores em estúdio, que contaram os cem anos do Ciclo da Borracha retratados pela minissérie Amazônia (2007); os cenários que reproduziram as cidades indianas de Jaipur, Jodhpur e Mumbai, em “Caminho das Índias” (2009); os mais de 21 mil metros quadrados de área implantada inspirados pelas paisagens do Centro-Oeste brasileiro, na novela “Araguaia” (2010); a cidade cenográfica construída em Guaratiba, Zona Oeste do Rio, para a histórica “Roque Santeiro” (1985) e a fictícia Avilan, construída em um terreno na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, para “Que rei sou eu?”com os cenários dos interiores nos estúdios da Hebert Richards (1989), uma novela da TV Globo que marcou época.
Outros trabalhos marcantes na trajetória de Juliana foram a cidade cenográfica de “Torre de Babel” (1998); 2 cidades cenográficas da novela América, os 5,3 mil metros quadrados de área construída de “Salve Jorge” (2013) e nos quais o grande destaque foi a réplica do Grand Bazaar, um dos maiores e mais antigos mercados do mundo; o Rio de Janeiro do período imperial, reconstituído para a novela “Quinto dos Infernos” (2002); os 26 cenários de “O cravo e a rosa” (2000); a São Paulo cosmopolita de “Haja coração” (2016) e a cenografia das novelas “Esplendor” (2000), “Agora é que são elas” (2003), “Vira Lata” (1996) e “Andando nas nuvens” (1999).
Juliana Carneiro também fez parte do time de talento com o qual a Globo contou para a bem-sucedida aventura artística de levar grandes obras da literatura para a televisão, como aconteceu na primorosa reconstituição da Lisboa do fim do século XIX, feita para a minissérie “Primo Basílio” (1988).
Participou também das históricas minisséries “JK” (2006) e “Dois Irmãos” (2017), quando a equipe de cenografia “envelheceu”, ao longo das filmagens, cerca de 30 edificações da cidade cenográfica e o Sobrado da família que pode ser considerado um personagem na trama , de influências, libanesa, francesa e inglesa, dos anos 1940 ao final dos anos 1960.
Teledramaturgia clássica à parte, Juliana também atuou como cenógrafa no Chico Anysio Show (1987), quando os quadros do programa passaram a ter cenários próprios; na revolucionária série “Armação Ilimitada” (1987); no remake do programa “Os Trapalhões” (2017); no humorísticos “Toma Lá Dá Cá” (2007) e “Casos e Acasos” (2008); na exposição interativa com os produtos das "Organizações Tabajara", criada para celebrar os dez anos do humorístico "Casseta e Planeta Urgente!" (2002) e no “Criança Esperança” (2014). E foi cenógrafa das peças teatrais “A herança é minha” (2017) e “Hortance, a velha” (2017) e do parque temático “Terra Encantada” (1998).
Lista de Novelas pelo ano de lançamento.
1983 - Champagne
1983 - Louco Amor
1985 - Roque Santeiro
1987 - Armação Ilimitada
1987 - Chico Anysio Show
1987 - Os Trapalhões
1988 - Bebê A Bordo
1988 - Corpo A Corpo
1988 - Primo Basílio
1989 - Que Rei Sou Eu
1992 - Voce Decide
1996 - Vira Lata
1998 - Torre De Babel
1999 - Andando Nas Nuvens
2000 - O Cravo E A Rosa
2000 - Esplendor
2002 - O Quinto Dos Infernos
2003 - Celebridade
2003 - Agora É Que São Elas
2003 - A Casa Das Sete Mulheres
2005 - Bang Bang
2003 - Mulheres Apaixonadas
2006 - JK
2006 - Sinhá Moça
2007 - Casos E Acasos
2007 - Toma Lá Dá Cá
2007 - Amazônia
2009 - Caminho das Índias
2010 - Araguaia
2011 - A Vida da Gente
2012 - Salve Jorge
2016 - Haja Coração
2017 - Dois Irmãos
2017 - Os Trapalhões
2018 - Orgulho e Paixão